Especialistas concordam que uma vacina não será a resposta para impedir o vírus de se espalhar e apontam algumas dificuldades no combate à doença.

O Covid-19 é um vírus mortal?

O coronavírus é, em geral, uma grande família viral. Isso significa que há vários tipos desses vírus. Os mais comuns causam sintomas como o de uma gripe com infecções respiratórias leves e moderadas. Existem também os que trazem infecções graves, como é o caso da síndrome respiratória aguda grave, também conhecida como SARS. No caso de infecções mais graves, a taxa de mortalidade é alta e, por isso, é mais fácil identificar e isolar pessoas doentes. Já no casos mais simples, muitas vezes os sintomas sequer aparecem. O novo coronavírus é um desafio porque está entre esses dois patamares. Ele já matou mais do que a última epidemia de SARS e, enquanto alguns indivíduos não sobrevivem a ele, outros sequer sentem sintomas. Isso torna difícil o controle e faz com que o Covid-19 continue se disseminando. Isso porque os indivíduos que não sentem os sintomas acabam nem se dando conta de que estão espalhando o vírus. Como exemplo temos o caso onde 14 americanos que estavam em um cruzeiro no Japão foram diagnosticados positivos para o Coronavírus e não sentiam nem sintomas de gripe.

O coronavírus não será contido?

Segundo o professor de epidemiologia de Harvard, Marc Lipsitch, esse é o resultado provável: o vírus não será contido. Desde que as primeiras pessoas na China foram diagnosticadas, o país entrou em medidas de contenção, o que é o primeiro passo para responder a surtos. Várias cidades foram isoladas, as pessoas já não saiam de casa e mesmo assim o coronavírus já está em mais de 20 países. Lipsitch ainda prevê que, em 2021, cerca de 40 a 70% da população mundial estará infectada com o coronavírus. Porém, é importante ressaltar, que isso não significa que todas essas pessoas estarão doentes. Muitos terão a doença leve ou assintomática. Epidemiologistas de vários lugares já entraram em consenso sobre o fato de o novo coronavírus se tornar uma doença sazonal, como algumas gripes. A Organização Mundial de Saúde revelou que 35 pessoas foram confirmadas com a doença nos Estados Unidos, mas segundo o professor, esse número pode ser muito maior. Ele estima que cerca de 100 a 200 pessoas já tenham o vírus.

As vacinas podem ajudar de alguma forma?

As vacinas já estão começando a surgir, mas isso tudo ainda é só o começo. Para que uma dose seja considerada de fato segura e útil, é preciso uma longa bateria de testes. A ciência ultimamente conta com diversos modelos e estudos capazes de diminuir consideravelmente o tempo para a produção e comercialização de vacinas. Atualmente, espera-se ser possível conseguir um produto final seguro em cerca de 12 a 18 meses. Depois disso ainda seria preciso coordenar a fabricação e a distribuição. Jason Schwartz, professor assistente da Escola de Saúde Pública de Yale, que estuda a política de vacinas, afirmou que as expectativas não deveria estar apenas em torno dessa solução. Segundo ele, no melhor cenário possível, a vacina ficará pronta tarde demais para fazer diferença no surto. Schwartz acredita que a preparação para o surto do coronavírus deveria ter sido feita há tempos, desde o surgimento do SARS. Porém, assim como aconteceu no Ebola, os financiamentos do governo e o desenvolvimento das indústrias farmacêuticas pararam assim que a sensação de emergência passou.

Todos somos um

Um destaque importante na luta contra o coronavírus é a necessidade de uma visão benevolente e humanitária como uma política eficaz. Em 2009, durante o surto do H1N1, o México foi fortemente atingido. A Austrália, que não tinha muitos casos, impediu a exportação da indústria farmacêutica até que todos os pedidos do governo australiano fossem atendidos. Essa visão de autopreservação não funciona e torna mais difícil ter uma ideia dos riscos e providenciar soluções eficazes. Hoje em dia países como Itália, Irã e Coreia do Sul já registram números cada vez maiores de casos do novo coronavírus. Medidas de contenção ainda estão sendo tomadas, mas será que é a solução imediata? Proibir viagens, isolar países e pessoas, tudo isso apresenta risco e não deve ser visto como única forma de resposta a um surto que pode durar anos. O coronavírus está se espalhando e poderá chegar a qualquer área, e deve ser visto como um problema de todos. Fonte: TheAtlantic

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