Se você eliminar o fator competitivo e considerar somente a essência cooperativa do jogo, temos a fórmula do sucesso, certo? Pelo menos é isso que mostra o game survival viking Valheim que, mesmo sendo popular desde a semana de estreia, tem mecânicas e jogabilidade inspiradas nos sucessos Minecraft e Rust. Por sinal, ele vendeu mais de 1 milhão de cópias em apenas oito dias – e a hype se manteve, com 2 milhões em duas semanas – enquanto ainda está em estágio de early access (em fase de polimento pós-lançamento). Inaugural game dos estúdios Iron Gate AB, Valheim atingiu a absurda marca de 392 mil jogadores e chegou ao segundo lugar na lista dos mais jogados simultaneamente na plataforma, superando PUBG e ficando somente atrás de CS:GO. Afinal, o que há de tão interessante? Jogamos e te contamos aqui o motivo do sucesso de Valheim.

O que é Valheim?

A fim de responder a principal dúvida de curiosos de plantão, vamos direto ao ponto. Em Valheim você pode, com até 9 amigos, embarcar em uma jornada explorando terras no décimo reino nórdico. Você dita seu próprio objetivo, mas há uma vastidão de possibilidades. A mais “linear”, por assim dizer, é derrotar os chefões: criaturas mitológicas escondidas e separadas pelos respectivos biomas. Para chegar até eles, você e seus companheiros devem coletar recursos e equipar-se com maestria. O trailer com a apresentação do jogo representa muito bem a experiência do jogo. O visual e os gráficos realmente são ultrapassados, porém, a interessante gameplay cativa o público-alvo que é fã de survivals do tipo. Um resumo da sinopse oficial informa que o seu papel como protagonista desta jornada é de um guardião, que “deve se aventurar até os confins do reino, da floresta mais profunda ao pico da montanha mais alta, matando feras de mitos e lendas temidas pelo próprio Odin“. Nos primeiros segundos de jogo, a história pode ser conferida de maneira breve, com uma valquíria transportando seu personagem para as terras desconhecidas. O forte do jogo pode não ser um vasto background, mas com certeza quem gosta de mitologia nórdica vai ter toda a imersão necessária.

Como jogar Valheim?

“Madeira” e “pedra” estão no vocabulário de jogadores de survivals há décadas. A dupla de recursos mais abundante em florestas e áreas descampadas também marca presença em Valheim, sendo familiar para gamers casuais – que podem só ter jogado Minecraft e, mesmo assim, não sofrerão ao aprender as mecânicas deste jogo. Antes de qualquer coisa, você deve fazer armas e ferramentas utilizando madeira (quebrando árvores baixas e arbustos) e pedras, coletadas do chão. Acostumados com RPGs mais tradicionais vão se sentir em casa com a mecânica de evolução das habilidades. Tudo é acumulado com base na prática, ou seja, se você pular ou correr muito, seu nível aumentará. Caçadores de uma equipe serão mais eficientes do que os construtores, e vice-versa. As frequentes emboscadas de inimigos mais fracos, portanto, te ajudam a se preparar para os chefões de maneira natural. Diferente de qualquer outro game popular do gênero (que, pelo título “sobrevivência”, pode espantar certas pessoas), tudo em Valheim é feito para te deixar forte, sem levar o quesito sobreviver a um nível preocupante. Por exemplo, você dispõe de 25 pontos de vida e não tem sua vida drenada caso passe fome. Do contrário, a comida te fortalece, aumentando sua barra de vida a depender da qualidade do alimento. São até três tipos de comida distintas para ter-se o efeito simultâneo em ação, então sua tarefa é medir bem como será o equilíbrio da sua dieta (até o buff de cada uma passar e você poder ingerir outro tipo). Comer uma cenoura dá um valor mediano, enquanto carnes assadas e sopas elevam sua vida a um valor bem alto. Outra barra igualmente elevada com alimentos é a de stamina (energia), que você gasta ao praticar ações como lutar, correr e minerar. Para recuperar tanto vida como energia até o topo, você precisa de conforto. Sentar-se à frente de fogueiras e ter um teto sobre a cabeça ajudam bastante. Logo, coletar recursos e construir sua base tornam a jogabilidade de Valheim ainda mais divertida. Contudo, ainda precisamos abordar outros dois pontos muito importantes.

Gráficos e exploração

A crítica mais evidente da comunidade é sobre os gráficos do game. Não há como negar que temos texturas e animações ultrapassadas no game, efeito mais evidente com o visual da nova geração de consoles. Quem vê isso como obstáculo pode não se sentir tão atraído assim para adquirir Valheim, mas lembramos que ele ainda está em fase de early access e muita coisa pode mudar a longo prazo. Dado que os estúdios Iron Gate AB acabaram de adentrar o mercado, espera-se que o sucesso venha carregado de grandes atualizações de performance. Quem joga Valheim pode também ter certa dose de nostalgia com o visual de uma década atrás, atualizados para a simplicidade de jogos atuais. Outro ponto positivo óbvio: o game viking funciona em processadores com a tecnologia de gráfico integrado, mesmo que uma GPU calhe bem aos jogadores menos exigentes. Claro, ainda com texturas no nível mais baixo, pode-se notar certo esforço para manter uma taxa de frames confortável (e engasgos são inevitáveis), mas fato é: ele está jogável. Sobre exploração, temos que dar todo o crédito à criatividade dos desenvolvedores para apresentar graduais mudanças de lógica de jogo ao trocar de biomas. A arquitetura e geografia do mapa são aleatórias, como em outros do gênero, mas todos começam Valheim em campo aberto, próximo às temidas florestas negras. Não muito distante, você encontra o pântano, as montanhas e as mais temidas planícies. Para cada região há tipos únicos de inimigos e animais. Isso abre a opção de você (ou, talvez, seu grupo de vikings) escolher quando for a hora certa de desbravar territórios inóspitos. A coleta de recursos naturais também possui a mesma divisão, então até para aqueles que estiverem avançados no game, revisitar regiões torna-se rotina. Portais, barcos e carroças ajudam a transportar itens até a base, para a sorte de todos. Em contraste, há uma lenta evolução em termos de equipamento e habilidades adquiridas. Entre o primeiro e o segundo chefões, pouco há a se fazer, mas basta ver a complexidade dos outros três (é um total de 5, até o momento) para compreender o quanto o grind de itens vira uma obrigação. Coletar metais e fazer as melhores armas viram apenas o primeiro passo para a vitória.

Combate e partidas online

Até agora, em termos de gameplay, entendemos a essência mais pacifista da colaboração de Valheim, sendo que o combate ainda é um dos principais atrativos do jogo. O combo espada e escudo, com opcional do arco e flecha, te deixa pronto para qualquer luta. Os materiais mais raros resultam em armas melhores, por consequência. Você pode também fabricar itens nas bancadas respectivas (workbench de madeira faz ferramentas de madeira; a forja faz metais) e, quando eles estiverem gastos o suficiente, é só retornar e consertá-los a um custo de zero recursos. Arqueiros vão gostar de diferentes flechas para fabricação, mesmo que as de metal sejam muito eficientes. Ao explorar dungeons e casas abandonadas, ainda pode-se esbarrar por baús contendo flechas de fogo, um bom upgrade para quem está nas primeiras horas de jogo. Nas planícies, a “última” área explorável em termos de dificuldade, há como obter flechas de agulha ainda melhores, o que eventualmente fará com que você tenha um dano de arma mortal. Ademais, Valheim não é somente um título cooperativo, pois existem também servidores dedicados a PvP (ou seja, “player versus player“). Em um mundo já criado e hospedado por outro jogador, você ainda consegue ativar o modo PvP a hora que quiser, indo ao inventário e clicando no canto superior direito da tela. Para que duelos aconteçam, outro jogador precisa ter o mesmo modo ativado – então não há surpresas, caso um player ligue e queira atacar outro jogador desprevenido. Em qualquer modo, ao morrer você “vira” uma lápide com todos os seus itens e perde 5% do nível de suas habilidades. De imediato, ao renascer você ganha um buff (efeito especial) temporário de corrida para seguir ao seu local da morte e recuperar os itens. O desafio real é chegar lá antes dos outros jogadores, que também podem acessar sua lápide. A abertura para opção de PvP vira outro ponto forte do game, que desvia bastante do que são os tradicionais DayZ e Rust. Em um servidor entre amigos de Valheim, um grupo pode estabelecer um limite de cooperação (de “x” dias sobrevividos, por exemplo) e estabelecer bases, para só então ativarem o modo todos contra todos em estilo battle royale. A opção de não ser a essência do jogo guia-o para uma jogatina menos hostil.

Planos para o futuro

Tudo isso explicado aqui (e muito mais, que vale a sua descoberta por conta própria!) está somente na versão early access de Valheim, jogo que está para completar três semanas desde seu lançamento. Logo, espera-se que haja uma melhor atenção dos desenvolvedores, certo? Com o boom de vendas, há atualizações de absurda frequência, como podemos ver no log de versões (no estilo “1.1.2”) assim que o jogo é iniciado. Quem curte RPG vai sentir falta, por exemplo, de montarias e de outras funções básicas de sobrevivência. No roadmap oficial, temos atualizações de pequeno porte (pré-sucesso estrondoso do jogo), ainda sem data, mas que prometem trazer novas habilidades, domesticações, construções para a casa e um bioma inédito. Algo que particularmente senti falta nas minhas 50 horas de jogo foi a ausência de escavar minas/cavernas. Uma base subterrânea ou na lateral de uma montanha seria espetacular. Os desenvolvedores parecem estar surpresos com o sucesso, publicando duas cartas na comunidade da Steam como agradecimento ao apoio dos “novos vikings” e pelo voto de confiança no jogo. Aos interessados no game: ele é vendido exclusivamente na Steam por R$37,99. E aí, gostou de Valheim? Irá adquirir ainda em estágio de early access? Conte para a gente nos comentários.

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