O primeiro jogo dessa nova era do Homem-Aranha foi uma experiência impactante, trazendo uma das melhores adaptações desse lado do Universo Marvel já feito — e Miles Morales mantém essas características, melhorando ainda mais o primeiro título e, agora no PC, contando com opções gráficas que deixam a versão de PS5 para trás. Confira mais informações em nossa review.

Miles Morales: o herói millenial

Miles Morales foi criado em 2011 por Brian Michael Bendis nas páginas do selo Ultimate da Marvel. Um garoto com uma perspectiva familiar diferente da de Peter, que contava com uma família extensa, pai e mãe e uma vivência diferente daquela que o Homem-Aranha original tinha. Suas histórias iniciais tratavam muito mais da realidade de ter um segundo Homem-Aranha por trás do legado enorme do primeiro, e como um herói mais urbano, civil, ajudando em casos mundanos, mostrando que é tão importante quanto os bastiões da justiça que lutam contra as ameaças de nível cósmico. Marvel’s Spider-Man Miles Morales trabalha pegando como base esses primeiros momentos do novato, sendo que ele no começo do jogo usa um pijama como uniforme de herói (dado pelo próprio Peter) e a maioria de seus atos heroicos impactam mais a comunidade do Harlem, onde ele mora, do que a cidade como um todo. Embora o jogo já comece com um grande combate contra um dos vilões clássicos do cabeça-de-teia e a demonstração da parceria entre Peter e Miles, é nos primeiros momentos que Miles age sozinho que vemos a diferença entre os dois. Ao se balançar nas teias pela cidade, Miles é atrapalhado, inexperiente. Se solta várias vezes quase caindo, mas consegue se recuperar. Correndo pelas laterais de prédios, ele dá tropeços e, lutando contra os inimigos, nota-se que ele tem bem menos força que Peter, com seus golpes dando bem menos impacto, mas ainda, sim, sendo extremamente rápido. No tempo em que fica descansando em seu quarto, Miles tem um quê de cientista, embora muito mais para celulares e desenvolvimento de software do que sistemas biológicos, mas prefere passar seu tempo desenvolvendo músicas e batidas, uma paixão sua e de muitos jovens do século XXI. Com esse pacote todo é que o jogo desenvolve a diferença entre Peter e seu aprendiz, e torna tão fácil simpatizar e gostar de Miles.

Cidade em escala maior

A Nova Iorque de Marvel’s Spider-Man Miles Morales é praticamente semelhante à do primeiro jogo, mas está feita em escala maior. As ruas são mais cheias de vida e mais detalhadas, especialmente notável no Harlem e suas várias artes de rua, população fazendo atividades variadas, e com toda a vida que o lugar exala. Comentários dos civis falando “onde está o verdadeiro Homem-Aranha” dão o tom do quanto Miles ainda está no começo de sua jornada, e vão adicionando imersão dentro do personagem. Em termos de colecionáveis, o jogo continua a tendência de seu antecessor e está recheado de itens espalhados pela cidade. Porém, com a escala maior, existe um certo desafio maior na procura, já que agora eles podem estar dentro de detalhes que tornam mais difícil sua localização, mesmo com o radar. Spider-Man Miles Morales também mudou a forma de achar os crimes pela cidade, a partir do aplicativo in-game “Spider-Man amigão da vizinhança“, uma função que faz com que Miles use seu celular e entre no app, podendo ver uma relação de todas as atividades disponíveis para fazer naquele momento. Apertando os botões de ombro do controle do Xbox que utilizei para o teste do jogo no PC, a aba de crimes é aberta, bastando que o jogador escolha um e pronto, ele já será acompanhado pela HUD do jogo. É um processo mais fácil e intuitivo do que ficar andando pela cidade esperando os delitos aparecerem igual no primeiro jogo, e acaba sendo uma solução perfeita para não causar fadiga para os gamers que querem realizar todos os desafios do título.

E a performance no PC?

Mas embora esse resumão do jogo sirva como um bom ponto de partida para você entendê-lo, sabemos que o que realmente importa num port da Sony para PC  é sua performance – e nesse quesito, Miles Morales também continua o legado de seu antecessor lançado há poucos meses. Ao checar os requisitos mínimos e máximos do jogo, fica evidente que ele foi otimizado para rodar em máquinas tanto mais fracas quanto mais poderosas. No meu caso, em um computador com uma RTX 2060, consegui viver a aventura de Miles no High em 2560×1080 com Ray-Tracing, mas sem o DLSS ativado – o que gerou experiências incríveis e muitas vezes mais bonitas do que a versão do game que joguei em meu PS5. Pois é, impressionante, né? O vidro dos prédios, por exemplo, reflete a luz solar e o modelo de Miles, deixando cenas visualmente muito bonitas e, quando a cidade está de noite, seus outdoors e iluminações fazem com que você pareça estar em um vibrante mundo de quadrinhos, mesmo que a direção artística do jogo esteja para o lado mais realista. O Ray-Tracing, em especial, muda completamente a experiência – embora a experiência gráfica no High já seja absurda sem ele, com a opção ativa o mundo do jogo fica parecendo algo tão real que beira o irreal, se é que você me entende. É impressionante a otimização, principalmente pensando que estou rodando isso em uma placa de vídeo de quatro anos atrás — o que ainda me despertou muitas curiosidades sobre como deve ser o jogo em 8K e no Ultra, uma possibilidade que existe nos PCs.

Conclusão

Tal qual no PS5, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é um jogo fantástico. Dura bem menos que o primeiro Spider-Man, mas conta uma história tão mais pessoal e menos caótica quanto ao mundo que é difícil não se emocionar.  Os primeiros passos de Miles como seu próprio herói, fora da sombra de Peter Parker, são contados de forma fantástica, e com o mundo do jogo aos poucos abraçando ele, sem dúvidas todos nós, jogadores, também iremos.  Na parte gráfica, um jogo já lindo conseguiu ficar ainda mais em PC – e quem tiver uma máquina mais fraca talvez não consiga aproveitar toda a beleza dele, mas ainda poderá se divertir muito com um título absurdamente bem feito e que continua sendo um dos melhores já feitos pela Insomniac. Veja também: REVIEW: Marvel’s Spider-Man Remastered para PC

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