O que está acontecendo?
Após autoridades espanholas emitirem um alerta, o MetSul, site focado em ocorrências meteorológicas e climáticas do Brasil, revelou informações sobre uma possível erupção do vulcão Cumbre Vieja, localizado na costa africana na ilha de La Palma. A estrutura estava há décadas sem registrar nenhum tipo de atividade, mas recentemente começou a apresentar comportamentos perigosos. O vulcão atingiu o alerta amarelo, também conhecido como Fase 2. Quando se trata de ocorrências desse tipo, os especialistas analisam o potencial perigo da situação através de 4 Fases. No nível atual, a população é instruída a ficar atenta e mais estudos começam a ser realizados. A Fase 3 diz respeito a possibilidade iminente de erupção, enquanto o último nível já é uma erupção em andamento. O Cumbre Vieja passou a aumentar seu nível de abalos sísmicos nos últimos dias, com cerca de 100 tremores registrados e aumentando de intensidade gradativamente. Embora a maioria das pessoas acredite que um vulcão tenha aquele clássico formato de cone com lava saindo pelo topo, as coisas passam por um estágio anterior. Para explicar a relação entre um vulcão e o possível tsunami no Brasil, precisamos entender parte de seu funcionamento. Especificamente o Cumbre Vieja está tendo uma intrusão magmática. Em termos simples, imagina o vulcão como uma montanha. No interior dessa montanha existem diversas passagens, como o encanamento de um prédio. Esses canos são os dutos magmáticos: fissuras a qual rocha derretida (magma) sai do interior da Terra para chegar na superfície. Agora, pense que essa grande quantidade de magma está em uma temperatura altíssima e cheia de força, querendo ir para a superfície. No entanto, essas fissuras encontram o topo da montanha, que está completamente fechado por conta das rochas que a compõe. Nesse caso, se a pressão e a força do magma forem fortes demais e a atividade vulcânica for poderosa, o magma realizará uma força que “quebra” a ponta da montanha, dando origem à erupção. Ademais, em grande parte dos casos o real perigo de uma erupção explosão não é a lava, mas sim a fumaça negra que sai da cratera. Também chamada piroclasto, essa nuvem de cinzas escuras está em alta temperatura e é extremamente tóxica. Na explosão do Monte Vesúvio, que causou a destruição da cidade, os habitantes morreram “petrificados” por conta do evento. Ainda, é importante não confundir magma com lava. Magma é referente à rocha derretida no interior do planeta, que quando extravasa, se transforma em lava, pois sua composição química interna é alterada por uma série de fatores. O magma tem uma capacidade de transitar por grande parte do centro da Terra devido aos seus movimentos convectivos. Imagine uma panela com água fervendo, e observe que quanto mais quente fica, mais a água se move em ciclos. Nas profundezas acontece algo similar, que faz o magma subir e descer. Caso essa sequência de eventos acontecer, há uma probabilidade de desencadear um tsunami. Isso acontece pois a força da erupção é tão grande que libera uma gigantesca carga de energia para a ilha, um tremor enorme. Esse tremor poderia ser um forte abalo sísmico capaz de desenvolver ondas gigantescas no Oceano Atlântico.
O tsunami no Brasil
A história de uma tsunami no Brasil é hipotética. Tratam-se de diversas teorias de pesquisadores e especialistas da área. Para Mauro Gustavo Reese Filho, geólogo formado pela Universidade Federal do Paraná, o Cumbre Vieja poderia ser o catalisador desse tipo de fenômeno, muito embora o Atlântico não seja conhecida por esse tipo de evento. Outros autores, conforme informa a matéria original do Metsul, apontam que as chances são mínimas e raríssimas de ocorrem, com pouquíssimos registros encontrados. Caso acontecesse, a parte mais afetada seria a costa da África, embora toda a América pudesse ser atingida. No Brasil, especula-se que as regiões de maior impacto seriam as faixas litorâneas do Norte e Nordeste. Por enquanto, devemos ficar tranquilos, pois não há confirmação de nenhum tsunami no Brasil. Todavia, enfatizamos que sim, existe uma possibilidade, mas extremamente remota, desse fenômeno ocorrer. A grande dúvida que resta, com especialistas ponderando esse assunto há anos é: o Brasil estaria preparado para se proteger de situações como essa?
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Agora que você já sabe sobre o Cumbre Vieja e a possibilidade de ter um tsunami no Brasil, que tal conferir como o Instagram pode afetar a saúde mental dos jovens? Fonte: Metsul