Um pouco da história do RPG
Atualmente, o mundo da representação de papéis (termo originário da sigla RPG, em inglês) pode parecer estar conectado com a eletrônica. Mas o surgimento desse segmento remonta aos anos 70, quando entusiastas dos jogos de guerra começaram a mobilizar exércitos cada vez menores, até que foram reduzidos a uma única pessoa. Essa redução na escala foi a base para o desenvolvimento do primeiro RPG, Dungeons & Dragons, que era jogado a partir de regras específicas em torno de um tabuleiro, com os diferentes jogadores encarnando os personagens e um líder de jogo, chamado Dungeon Master, que tinha o papel de diretor, coordenando a ação e o enredo da aventura. E, depois dele, vieram muitos outros títulos. Até que esse mundo se cruzou com os primeiros computadores pessoais, dando origem aos primeiros jogos de “aventura”. A capacidade de criar seu personagem e equipá-lo com armas e habilidades especiais foi a base do jogo de interpretação de papéis. No entanto, faltava ainda outro elemento fundamental dessa atividade: a relação com os outros, que era essencial nos jogos de RPG tradicionais.
Computador encontra a internet
O encontro desses jogos com a internet foi a faísca que iniciou o fogo. O potencial crescente da tecnologia deu às pessoas a possibilidade de jogarem jogos massivos em que todos os jogadores compartilhavam o mesmo universo. E foi um imenso sucesso, impulsionando uma indústria próspera que continua a crescer aparentemente sem limites. O mundo moderno do MMORPG, de uma atividade esotérica reservada para poucos, tornou-se um fenômeno de massa que envolve jogadores de todo o mundo, simultaneamente conectados aos servidores de jogo. Hoje, muitos jogos têm a participação simultânea de centenas de milhares de jogadores. Um ranking publicado pela Steam, uma das plataformas mais populares, mostra que, entre os títulos mais jogados em 2021, estão títulos como Cyberpunk 2077, Counter-Strike: Global Offensive, Apex Legends, Valheim, DOTA 2, Halo Infinite e Grand Theft Auto V. E muitos desses são títulos “antigos”, ou seja, foram lançados muito antes de 2021 – o que indica que as pessoas se apaixonam pela saga e pelo título, não apenas pelo caráter de novidade.
RPGs e MMORPGs se tornaram franquias reais
O visual e o escopo desses jogos são tão impactantes que alguns evoluíram para verdadeiras “franquias” – cenários ficcionais que se tornam ambientes para o desenvolvimento de novos títulos, episódios e outras formas de entretenimento, como romances, séries de quadrinhos e música. Um exemplo notório é Skyrim: The Elder Scrolls, cuja trilha sonora composta por Jeremy Soule – conhecido como o “John Williams” dos videogames – tornou-se tão famosa e ouvida no mundo inteiro que chegou ao Classic FM Hall of Fame. E, ouvindo as melodias épicas e cativantes, fica fácil entender por que milhares de pessoas continuam mergulhando nesses mundos virtuais, determinadas a atingir seu objetivo – que não é encontrar um objeto mágico ou ter um novo nível de experiência, mas continuar sonhando acordado com uma realidade diferente e talvez melhor. Veja também: Confira o novo jogo envolvendo o mundo de Harry Potter, o Hogwarts Legacy, que também será um RPG que vai ser lançado ainda em 2022!