Mas além de uma mudança de cenários, a Disney em tem suas mãos uma opção arriscada que poderá mudar a indústria do cinema de forma drástica.

Império da Disney

A Walt Disney iniciou seu processo de dominação no mercado de entretenimento em 1937, quando seu primeiro filme foi produzido: Branca de neve e os sete anões. Desde então, a empresa viveu anos de ouro, se tornando a referência principal no ambiente de animações.

Dos doze filmes com o maior número de vendas de ingressos em todo o mundo desde 2019, a Disney produziu oito. Mas as coisas já não estão mais tão brilhantes como antes. Um dos grandes focos das produções da Disney, por exemplo, é a TV. E durante muito tempo ela tem sido também líder nessa categoria, com diversos canais e programas para os mais variados tipos de públicos. Porém, as coisas estão mudando e, atualmente, segundo as pesquisas, quase metade dos jovens americanos entre 22 e 45 anos não assistem nenhum programa de TV. E o número de pessoas que estão abandonando a TV a cabo vem crescendo exponencialmente. Outro mercado que está decaindo nos Estados Unidos é o mercado do cinema, onde a Disney também tem uma forte presença. Em 2017 os americanos compraram menos ingressos para cinema do que em qualquer outro ano nas últimas duas décadas.

Porém, nada disso quer dizer que as pessoas estão procurando cada vez menos se entreter com algum conteúdo multimídia. Na verdade esse tipo de conteúdo vem crescendo cada vez mais, porém, elas estão fazendo isso a partir de seus smartphones, tablets, computadores e Smart TVs. Ou seja, não dá para fugir das estatísticas, o serviço de streaming de vídeos é atualmente o reino de ouro para o entretenimento, principalmente nos Estados Unidos. E nesse reino, quem usa a coroa é a Netflix.

Mas será que a Disney está fadada a decair? Talvez ainda seja cedo demais para contar com isso, porque a empresa já está se mobilizando para começar a desbravar esses novos mares.

Os primeiros passos

A Disney já anunciou que está interessada em comprar a 21st Century Fox, um acordo de US$52 bilhões de dólares que precisa ser aprovado pelo departamento de justiça dos Estados Unidos, mas que muitos acreditam já estar certo. Com essa aquisição, a empresa garante para si programas e serviços que somam praticamente 40% da indústria de filmes e televisão do país, incluindo a Fox Searchlight, produtoras de muitos filmes de sucesso, a franquia X-men, e shows ainda populares como Modern Family e Os Simpsons.

E além disso, a Disney também já está trabalhando um serviço de streaming com seu conteúdo exclusivo. Ele será lançado em 2019 e dará aos usuários além de acesso total a várias séries e filmes de franquias conhecidas como Star Wars, também contará com todos os filmes produzidos pela Marvel Entertainment, Pixar Animation Studios e Disney Animation.

Revolução

Um serviço de streaming oferecendo um conteúdo denso e de qualidade pode ser o suficiente para que a Disney possa entrar nessa batalha, mas e se a empresa fosse um pouco mais além? O The Atlantic propõe uma jogada que pode ser arriscada, pode mudar o mercado de filmes consideravelmente, mas que pode ser de mestre a longo prazo. Com suas aquisições e com a qualidade dos seus filmes, a Disney consegue ainda ser campeã de bilheterias nos cinemas. Um exemplo vivo disso é Pantera Negra, que arrecadou US$575 milhões só no primeiro mês. Porém, na indústria do cinema, existe o intermediário, que realiza a exibição dos filmes, e que fica com 40% dos lucros. Mas e se a Disney cortasse esse intermediário? E se a Disney exibisse o filme do Pantera Negra em seu serviço de streaming para seus assinantes, no mesmo dia que ele começasse a ser exibido nos cinemas? Ou até mesmo o tornasse exclusivo apenas para o seu serviço?

Inicialmente a ideia parece ser um suicídio financeiro, mas se pensarmos nas inscrições mensais e no que isso poderia trazer ao longo desses meses, ela não soa tão incoerente. Sucessos de bilheteria como Pantera Negra poderiam transformar pessoas que comprar um ingresso de cinema em inscritos no serviço que pagariam por ele no mínimo 1 ano. É um fato, porém, que esse seria um movimento muito radical. Algo que mudaria a indústria cinematográfica de forma intensa. Levá-la a um futuro onde ela poderia até mesmo não existir, ou diminuir de forma drástica.

Mundo do streaming

Obviamente, isso é um cenário possível, mas não confirmado. O que se sabe de verdade é que a empresa está mesmo apostando alto para entrar no mundo do streaming. Claro que essa tarefa exige um pouco mais do que criar mais um filme popular ou blockbuster, mas a Disney tem uma história longa, ampla, e marcada por movimentos ousados e apostas certas. Movimentos ousados que poderia acabar afetando mercados onde ela já é líder, como cinema ou tv, mas que lhe daria frutos necessários para continuar sendo líder durante muitos anos em um mercado que é o futuro. Seu serviço de streaming tem tudo para estar conectado aos seus outros universos, como por exemplo oferecendo a assinantes descontos em seus parques ou passeios exclusivos, ou até mesmo produtos.

E com isso fica um pouco mais difícil de competir. Fonte: The Atlantic

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