Com mais de 50 mutações registradas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estará realizando uma reunião para saber como o combate será realizado e uma quarta onda não venha a acontecer. Mas a simples descoberta dessa nova variante da COVID-19 já causou um grande impacto na bolsa de valores e no preço do petróleo. Entenda agora mesmo.

A nova cepa: o que é isso?

Devido a ser um vírus, e não uma bactéria, a COVID-19 consegue evoluir de acordo com o local no qual está circulando, acontecendo a criação do que os especialistas chamam de cepa. Em resumo, esta é uma nova versão única do vírus que pode possuir muitas mutações e novos estudos precisam ser realizados. Também conhecida como linhagem, uma nova cepa – que também pode ser chamada de variante se possuir mesmas características dos vírus que possuímos conhecimento – da COVID-19 pode ser mais perigosa ou mais fraca do que a versão na qual temos conhecimento. Mas, geralmente, é sempre mais fatal do que aquelas que os especialistas entendem e sabem como combater, justamente por ser uma evolução. Os especialistas afirmam que todas as cepas são variantes, mas que nem todas as variantes são cepas. Isso porque se a “nova versão do vírus” possuir um material genético e forma de atuação única e que não foi visto anteriormente, então é inserido dentro de um novo grupo para que os estudos sejam realizados. A nova variante da COVID-19 surgiu primeiramente em Botswana e por agora, leva o nome de B.1.1529. Esta versão do vírus pode ser considerada uma cepa devido à sua gravidade e material genético não serem conhecidos pelos especialistas de saúde. E o risco de uma quarta onda da pandemia é real, uma vez que ainda não se sabe como isso atua.

Variante x cepa

Quando epidemiologistas falam o nome variante ao invés de cepa, isso significa que as novas mutações são réplicas do vírus original que foi descoberto anteriormente. Apesar de muitas pessoas acharem que cada variante é uma cepa, isso não é verdade. Até porque, as cepas são grupos que possuem características únicas e são sim relacionadas com o vírus original. Mas os cientistas colocam as mesmas em grupo separados para entender mais sobre as novas mutações. Uma variante pode ter muitas mutações e nem todas elas podem ser realmente fatais ou causarem problemas no esquema vacinal de um local. Entretanto, é importante saber como isso se comporta dentro de nosso organismo para que as medidas sejam tomadas. Um fato é certo: como as vacinas que temos disponíveis no mundo foram desenvolvidas para combater a cepa do vírus que apareceu primeiramente em Wuhan, na China, tudo pode estar em risco. Existem mutações que são benéficas, maléficas e neutras. O grande ponto-chave que determina se uma variante é realmente perigosa é a quantidade de proteína Spike. A cepa que apareceu primeiramente em Botswana possui 30 unidades desta proteína em sua composição, sendo completamente diferente do vírus que apareceu primeiramente em 2019 na China.

Onde foram registrados casos nova variante da COVID-19?

O primeiro caso da B.1.1529 foi registrado em Botswana, país do sul da África, no dia 11 de novembro. Mas apenas nos últimos dias que o mundo tem conhecimento sobre o risco real de uma quarta onda da pandemia. Em cerca de dezesseis dias, 84 casos já foram registrados devido à nova variante da COVID-19. 77 das confirmações são da África do Sul, o que significa que a nova cepa está circulando entre países. Quatro deles são de Botswana. Duas pessoas pessoas que viajaram do continente africano para Hong Kong também já foram diagnosticadas com a B.1.1529. Um belga que estava em viagem para o Egito e não passou pela África do Sul também foi diagnosticada com a nova versão do vírus. Se antes estava em apenas uma região do mundo, a nova variante da COVID-19 já fez vítimas de três continentes diferentes.

Baixa vacinação pode ter influenciado circulação de nova cepa

Devido à COVID-19 possuir um vírus que sofre mutações com o passar do tempo, não há um motivo certo para que esta variante tenha surgido. Os cientistas sabem que a B.1.1529 foi derivada de uma pessoa que não se curou da COVID-19, decorrente de um tratamento precário. Porém, a baixa vacinação na África do Sul, que atualmente está em 24%, pode ser uma explicação para tantos casos terem sido descobertos em um curto período de tempo. Lembrando que as vacinas contra a COVID-19 não impedem a infecção, mas ajudam na prevenção de internações e mortes. Isso significa que em países que possuem uma maior porcentagem de população com a vacinação completa podem não ter tantos casos e a nova cepa pode não ser tão grave. Porém, é importante que a ciência estude a B.1.1529 para nos dar a resposta final. Ainda não se sabe muito sobre a gravidade ou infecciosidade, devido aos casos terem surgido nos últimos dias. Há informações de que esta nova versão pode ser pior que a variante delta devido à ter mais de 50 mutações, sendo 10 delas que entram em contato direto com nosso corpo. Para comparação, a variante delta possui apenas duas mutações que atuam dessa forma. Por este motivo, é importante que os casos sejam controlados e os estudos avancem para sabermos mais sobre esta nova variante da COVID-19.

A B.1.1529 já impactou a bolsa de valores

Como você sabe, a COVID-19 provocou uma grande recessão na economia mundial e apenas agora que tudo estava se ajustando para que os lucros voltassem a a acontecer. Entretanto, com a descoberta da nova variante da COVID-19, diversos países já estão fechando seus aeroportos para evitar que a nova cepa se espalhe ainda mais. O Reino Unido por exemplo, já baniu voos que estão chegando da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Outro país que tomou medidas contra a nova cepa foi Israel, que não aceita mais voos que estão vindo da África como uma forma de evitar que seus cidadãos fiquem doentes. Isso provocou uma queda de 3% nas bolsas do Reino Unido, que via o mercado de viagens voltar a crescer no final do ano. O Brasil segue recebendo viagens do continente africano e considera desnecessário a apresentação do passaporte de vacinação de turistas. A Anvisa já recomendou que o Governo Federal adote medidas e restrições para pessoas que estão vindo de parte da África. Além disso, o mercado de petróleo sofreu um recuo com a descoberta da nova cepa coma possibilidade de menor demanda. Caso mais países sigam fechando seus portos e aeroportos, a economia mundial deve regredir novamente. No dia 02 de dezembro, acontece a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e este devem ser um dos temas a serem discutidos.

OMS se reunirá para discutir ações

Já tendo conhecimento sobre os problemas que a nova variante da COVID-19 pode causar, a Organização Mundial da Saúde se reunirá hoje para decidir o que será feito para que o contágio não seja cada vez maior. Com o passar do tempo, cada vez mais países da África, Europa e Ásia estão registrando novos casos e agora é necessário traçar uma estratégia para que os casos sejam tratados enquanto o número de infectados em todo o mundo não passa de 100. Maria Van Kerkhove, líder técnica de combate à COVID-19 da OMS, fez um tweet hoje mais cedo falando que possíveis recomendações serão decididas para que uma quarta onda não aconteça. Além decidir o que será feito para que o contágio não aconteça, também é importante entender como esta nova variante da COVID-19 se comporta em relação às vacinas que temos disponíveis. Estudos preliminares apontam que imunizantes produzidos pela Oxford/AstraZeneca tiveram sua eficácia diminuída ao estarem em contato com a nova cepa, mas pouco se sabe sobre a B.1.1529. A Organização Mundial da Saúde também se reúne hoje para saber se nova variante é “de preocupação” ou “de interesse”. As VOIs (sigla para Variant of Interest ou variante de interesse) não são tão perigosas quanto aquelas que são classificadas como “variante de preocupação”, mas indicam que é importante realizar um acompanhamento para que tudo não fique mais perigoso. Você acha que esta nova cepa pode ser considerada um novo risco para o todo o mundo ou o controle na África será feito a tempo? Diga sua opinião pra gente nos comentários!

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