Raji: An Ancient Epic
Raji: An Ancient Epic é o jogo de estreia do estúdio indiano Nodding Heads Games, que foi revelado durante a última Nintendo Direct dedicada aos jogos indie. O game explora de forma brilhante a rica mitologia indiana — algo que até então nenhum jogo havia feito antes. Tudo bem que temos Dhalsim em Street Fighter II, o líder pacifista Gandhi em Civilization V e VI, mas nunca a cultura indiana foi tratada de forma tão aprofundada quanto no conto fantástico desenhado em Raji. Na trama, os demônios invadem o reino humano trazendo caos e destruição. A jovem Raji é escolhida pelos deuses para defender a raça humana, enfrentar o lorde dos demônios Mahabalasura e salvar seu irmão Golu. A história é contada por animações que simulam o teatro de sombras da Índia, sendo narradas pela deusa Durga (uma caçadora de demônios na mitologia hindu). Durante o gameplay, ela narra passagens importantes da aventura e até bate papo com Vishnu (deus da proteção) sobre a evolução da protagonista. O gameplay mistura diversos elementos diferentes como combate, exploração e resolução de puzzles. Tudo funciona muito bem e de forma muito coesa, com a única falha talvez sendo a distância da câmera da personagem. No Nintendo Switch, seja no modo portátil ou no modo docked, Raji quase desaparece em meio aos cenários ricos em detalhes. Porém, o esforço dos desenvolvedores em criar uma aventura que explorasse a mitologia indiana é admirável. Certamente seria uma experiência mais prazerosa se o combate fosse mais fluído e não houvessem essas falhas nas sessões de plataforma e tutoriais. Ainda assim, é um jogo indie corajoso que se arriscou a entregar um resultado acima da média. Disponível: Nintendo Switch e PC.
A Short Hike
Desenvolvido pela Adamgyru, A Short Hike é um jogo indie que, em sua essência questiona os jogadores sobre a razão pela qual jogamos videogames. E através de um história simples e gráficos retrô, o game nos ensina que exploração é a chave para a resposta. Seja no sentido literal ao investigar locais desconhecidos que podem conter algum segredo, seja no sentido subjetivo de descobrirmos mais sobre nós mesmos. Exploração é o que move o jogador adiante. No game você joga como Claire, um passarinho de férias em um lugar carismático chamado Hawk Peak. Em uma busca para encontrar um sinal de telefone celular, ela deve alcançar um terreno mais alto. Porém, sua missão não é tão simples assim. Como na vida, há muitas distrações no caminho. Hawk Peak pode ser um lugar pequeno, contido e compacto, mas ao mesmo tempo é rico em coisas para fazer, todas importantes e envolventes em seus variados detalhes. Você pode conversar com outros moradores, pescar ou simplesmente ficar explorando o local da forma como desejar. A Short Hike é uma experiência única em termos de game. É o tipo de jogo que nos faz suspirar de felicidade quando lembramos do tempo que passamos com ele, e mesmo tendo quando a aventura parece terminar ao rolar dos créditos, sabemos com certeza que ainda há coisas para ver e fazer naquela montanha. O que temos aqui é um game de exploração em todos os sentidos da palavra, A Short Hike é fofo sem ser exagerado, desafiador sem ser desagradável e emocional sem ser enjoativo. Um jogo marcante para todas as idades que você não pode deixar passar. Disponível: Nintendo Switch e PC.
The Last Campfire
The Last Campfire é uma deliciosa aventura recheada de quebra-cabeças desenvolvida pela mesma equipe por trás do incrível (e polêmico) No Man’s Sky, a Hello Games. É impressionante ver como o mesmo time responsável pela criação de galáxias quase infinitas foram capazes de elaborar um mundo mais compacto quase que “feito à mão” com um extremo carinho e delicadeza. No game você contra um peregrino que parece um boneco fofo em formato de travesseiro (lembra um pouco os andarilhos de Journey, só que menores), chamado Ember, que anima os restos mortais petrificados de outros viajantes pulando em suas cabeças e resolvendo seus problemas interiores. Junto dessa mecânica, o game incorpora puzzles que vão desde os básicos bloqueios e alavancas obrigatórias, e que logo passam para ideias mais inovadores como fogo, vento, espelhos e muito mais. E mesmo que algumas dessas pareçam elementos que você certamente já viu em outros games do mesmo gênero, elas geralmente são combinadas para formar ideias um pouco mais novas. The Last Campfire é uma aventura de quebra-cabeça cativante que enche seu tempo de jogo de cerca de seis horas com enigmas de todo tipo que você possa imaginar. Enquanto alguns designs mereçam mais tempo no centro das atenções — ou poderiam render jogos inteiros por si próprios — o compromisso do jogo com novas ideias contribui para uma mudança de ritmo revigorante. Talvez o título seja a prova final de que a Hello Games não precisa criar um universo inteiro para fazer um game de boa qualidade. Disponível: Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC.
Donut County
Os games já nos colocaram em vários papéis diferentes ao longo do tempo. Seja como ouriços azuis super velozes, encanadores salvando princesas ou assassinos ao longo da História, o jogador já assumiu várias personas. Mas o que você acharia de jogar como um buraco? Essa pergunta bizarra é respondida em Donut County, um divertido e inusitado jogo indie da desenvolvedora Annapurna Interactive. Donut County começa com uma premissa simples após uma conversa por mensagem de texto entre Mira, uma jovem garota, e BK, um guaxinim falante, enquanto eles discutem a vida profissional em uma loja de donuts local. A menina reclama de um vizinho barulhento durante a conversa e, pouco depois, um buraco misterioso aparece no chão que leva o vizinho barulhento e tudo ao seu redor. Momentos depois, descobrimos que o buraco está sendo controlado pelo aplicativo de telefone de BK, e a narrativa rapidamente avança para o futuro próximo, em que toda a cidade — incluindo Mira e BK — está presa no fundo desse buraco onipresente. A partir daqui, cada membro da cidade relata onde estavam e o que estavam fazendo quando o buraco de BK veio para eles, e a perspectiva então muda para o jogador poder controlar o buraco e engolir tudo o que encontra pela frente. Donut County, sem dúvida, pode ser uma experiência bizarra, mas aqueles que procuram um jogo de quebra-cabeça relaxante e muitas vezes engraçado encontrarão um jogo agradável que tem o charme suficiente para justificar sua existência. Resolver divertidos puzzles enquanto você controla um buraco gigante que engole tudo é algo que somente o mundo dos jogos indie poderia nos proporcionar. Disponível: Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC
Paradise Killer
Paradise Killer é uma ótima opção para os jogadores que desejam ser detetives por um dia. Na história do jogo, uma série de homicídios ocorrem, e cabe ao jogador, que assume o controle de uma detetive chamada Lady Love Dies, desvendar os mistérios que permeiam a ilha e seus habitantes. O jogo tem um tom leve, apesar da temática, com músicas alegres e visuais coloridos. A Kaizen Game Works optou por criar um universo que pouco lembra o mundo real, mas conta com entidades personificadas que remetem a ideias que formamos naturalmente, como a de justiça, por exemplo. Em Paradise Killer, o objetivo é descobrir o que aconteceu na ilha… ou quase isso, já que o que importa é que o jogador monte sua própria versão dos fatos. Mesmo que o game não tenha a jogabilidade mais refinada de todas, com a câmera de movimentação bem travada, a jornada é interessante o suficiente para prender a atenção de quem o joga. Para chegar ao final dos mistérios, Lady Love Dies precisa conversar com os vários personagens que se encontram na ilha, além de visitar os locais e coletar informações acerca de cada acontecimento. Assim, na montagem de casos, a protagonista junta os dados e deve formar uma versão convincente dos acontecimentos. Disponível: Nintendo Switch e PC.
Hotshot Racing
Corrida de automóveis, grande sensação de velocidade, jogabilidade estilo arcade e trilha sonora eletrizante. Assim podemos destacar as qualidades de Hotshot Racing, distribuído pela Curve Digital. Assim como JOGO BR, Hotshot Racing tem visuais que se inspiram em jogos antigos de corrida, sendo o maior exemplo a franquia Top Gear. Basicamente, o jogo se trata de não apenas se manter na primeira colocação, mas também chegar a tempo no próximo ponto de checagem – ou checkpoint, como é conhecido por jogadores de videogame. Há vários modos de jogo, como corrida contra o tempo, torneios e até fugir da polícia ou ser a força da lei e perseguir veículos. Tudo podendo ser jogado sozinho, em multiplayer local ou online — no Nintendo Switch ainda é possível jogar multiplayer local em aparelhos diferentes. Apesar de adotar um estilo de corrida arcade, Hotshot Racing tem características que levam o jogador a se empenhar em desenvolver habilidades de corrida — ainda que básicas —, como é o caso da possibilidade de escolher entre transmissão automática ou manual, o que acaba dando maior precisão da qualidade a jogadores mais experientes. O jogo foi lançado no último dia 10 de setembro e, para quem prefere as jogatinas nos computadores, Hotshot Racing está com um desconto de 20% em todas as lojas virtuais para as quais foi lançado, sendo que no videogame da Sony o desconto se aplica apenas para assinantes da PlayStation Plus. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.