O motivo

A decisão foi tomada por causa de uma recente ordem de suspensão que foi emitida pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos pela administração do atual presidente americano, Donald Trump. Nessa ordem, ele quer banir e afastar algumas empresas chinesas do mercado americano com um embargo econômico contra o país asiático. Com isso, as empresas norte americanas serão proibidas de fazer negócio com as empresas chinesas. A lista já conta com 71 nomes, e agora inclui também a Huawei. Um porta-voz do Google confirmou ao Reuters que a empresa teria tomado a decisão de suspender os negócios com a Huawei justamente para agir em conformidade com essa ordem, e que estariam revisando as implicações da decisão.

Corrida contra Huawei

Essa cruzada do presidente Donald Trump contra a empresa chinesa já havia se iniciado em 2018, quando ele afirmou que a Huawei estaria trabalhando em conjunto com o governo chinês para espionar os Estados Unidos. A acusação foi prontamente negada pela Huawei, afirmando que nunca teve qualquer participação em nenhum tipo de interferência estatal. Ainda assim ela acabou entrando para a lista negra de Trump. Essa guerra, porém, também levanta outras vertentes de suspeitas. Há pouco tempo a filha do fundador da Huawei e também executiva da empresa, Meng Wanzhou, acabou sendo presa no Canadá por ordens judiciais de autoridades dos Estados Unidos e o episódio deu o que falar. Muitos suspeitam que essa decisão na verdade tenha a ver com a tentativa do presidente de garantir que as empresas americanas não sejam passadas para trás por empresas chinesas, e com isso restringir o máximo possível a entrada de produtos do país asiático nos Estados Unidos. E a Huawei não estaria no alvo sem motivo. No ano passado, a Huawei se tornou a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, além de já ter se destacado bastante em tecnologias que estão se tornando cada vez mais interessantes para o consumidor como a 5G. Isso explicaria a decisão de protecionismo tomada por Donald Trump para evitar que os Estados Unidos percam sua dominância nesse mercado.

O que implica a suspensão do Google

O afastamento da Huawei e a suspensão de acesso aos seus serviços com certeza terão um impacto negativo na luta da empresa chinesa para chegar ao topo da lista de fabricantes de smartphones. Com a decisão, os próximos aparelhos lançados pela Huawei já não terão mais acesso a alguns dos principais serviços oferecidos pelo Google como o Gmail, Docs, Duo, Calendar, Fotos, entre outros, inclusive a própria Play Store, sua loja de aplicativos. Esses aparelhos também estariam perdendo o suporte técnico oferecido pela empresa americana. Ou seja, a Huawei e seus produtos só terão acesso aos serviços do Google que são distribuídos através de um código aberto, acessível para qualquer um. Com isso, eles perdem algo muito importante que é o acesso as atualizações do sistema operacional da gigante de buscas, o Android. Segundo o The Verge, eles ainda terão, entretanto, acesso ao núcleo do Android que é distribuído através do AOSP (Android Open Source Program), ou seja, o programa de código aberto do sistema. Mas isso também quer dizer que mesmo que as atualização ainda possam continuar chegando, primeiro a Huawei vai ficar dependendo que essas atualizações sejam mesmo liberadas nesse programa de canal aberto, e segundo que, mesmo isso acontecendo, significa que essas atualizações vão demorar bastante para serem distribuídas para os aparelhos da empresa chinesa. E isso pode acabar se tornando mais um motivo para que o mercado americano se afaste dos produtos, o que é, na verdade, o objetivo da decisão.

O lado da Huawei

A Reuters também divulgou um e-mail enviado pela Huawei dando alguns esclarecimentos a respeito da decisão. Nele, a empresa garantiu que mesmo com tudo isso ela ainda vai oferecer suporte para os aparelhos que já foram e que serão lançados. Os produtos existentes das marcas Huawei e Honor como tablets e smartphones continuarão tendo atualizações de segurança e serviços de pós-vendas, e isso inclui tanto os que já foram vendidos quanto os que já estão à venda, segundo a empresa. Ainda não se sabe o quanto isso vai realmente afetar os aparelhos como um todo, já que a decisão foi tomada ainda neste domingo (20).

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