Com isso em mente, separamos, por gênero, alguns dos melhores exemplares de OST (Original Soundtrack, ou trilha sonora original, em tradução livre) do mundo dos jogos digitais, bem como analisamos sua presença em serviços de streaming ou então sua disponibilidade em canais do YouTube — oficiais, de preferência. Ah, vale lembrar também que eu não sou o organizador supremo do universo, então é óbvio que não vou colocar alguns títulos famosos e colocar outros menos conhecidos, justamente para tentar fugir do que já é conhecido. Mesmo assim, fique à vontade para sugerir outras músicas nos comentários. Outro lembrete importante é o de que às vezes selecionarei músicas de um título, outras vezes de uma franquia, já que isso varia bastante.

Ação e aventura

Por trilhas sonoras dos games de ação e aventura, entende-se que os títulos abordados vão desde tiro em primeira pessoa até os emblemáticos jogos de lutinha, como eram conhecidos na época dos fliperamas, passando por joias quase quixotescas da exploração. Sei bem que a linha entre ação e aventura é tênue, mas espero que seja possível discernir os motivos que me fizeram juntar ambos e separar outros que talvez pertencessem aqui. Se não for, bem, sinto muito, chame de liberdade criativa.

Devil May Cry

Começando pelo suprassumo dos jogos de ação, o mundo das trilhas sonoras dos games não seria o mesmo sem as batidas rápidas e dinâmicas da franquia Devil May Cry. Seja no primeiro game, quando você enfrenta o “demônio” chamado Nelo Angelo (sem spoilers aqui, pessoal), ou no último, lidando com o legado de Sparda, a trilha sonora é impecável. Os nomes mais famosos aqui são os dos produtores Masami Ueda e Tetsuya Shibata. Claro, tem também a banda de metal industrial Combichrist, responsável pela OST do famigerado remake, mas aí é mais fácil de ouvir as músicas dado que não há uma produtora multimilionária por trás derrubando todas as transmissões que existem. Sim, Capcom, estou falando de você. De todo modo, é fácil de encontrar as trilhas no YouTube, como aquela que coloquei ali, e no Spotify também – a Capcom possui álbuns licenciados no canal oficial do Capcom Sound Team na plataforma – apesar de o nome de muitas delas estar em japonês.

Dishonored

Joguei Dishonored pela primeira vez não faz tanto tempo assim, e o motivo foi justamente a trilha sonora. Lembro que um amigo recomendou a música acima dizendo “ser a minha cara” – interpretem como quiser – e, após ouvi-la, julguei a comparação bem feita. Considerando que o corvo é meu animal favorito e o nome do protagonista é Corvo, só podia dar certo. Com um tom umbroso e espectral, aliando cantigas de marinheiro aos sons de uma cidade decadente assombrada pela praga, a trilha sonora de Dishonored colabora para que o jogo seja uma obra-prima da geração passada (ou já estamos na retrasada?). Felizmente, ele foi remasterizado para o PS4 e, quem sabe, ganhe uma modificação para o PS5 também, afinal, a Sony adora apostar em recriações. 

DOOM

A melhor parte de gostar de música “extrema” é ouvir o trabalho magnífico do compositor Mick Gordon. Responsável pelo som também da série de luta Killer Instinct, se tem alguém que sabe tocar algo pesado, é ele. O epítome do seu trabalho repousa nos jogos mais recentes de DOOM, trazendo batidas agressivas e sensacionais. BFG Division e The Only Thing They Fear Is You são joias das trilhas sonoras dos games. Para a alegria de todos nós, as trilhas sonoras oficiais estão disponíveis tanto no YouTube quanto no Spotify. Caso queira dar alguns sorrisos ou se sentir inspirado antes de entrar numa briga, procure também por vídeos cujos nomes são When the DOOM sountrack kicks in. Garanto que não vai se arrepender.

Metal Gear Rising: Revengeance

Optei por colocar somente este título em detrimento da franquia convencional por um único motivo: que música espetacular. Lembro-me de usar Rules of Nature para acordar e ir até à faculdade de manhã – uma saudade nostálgica dos tempos pré pandemia, quando tomar o ônibus e conversar com o cobrador sonolento era uma atividade normal e não potencialmente mortal. De qualquer forma, a trilha sonora do jogo é especialmente atrativa para quem gosta de um som mais pesado, bem no estilo heavy metal mas com elementos de j-rock e música eletrônica. Felizmente, o álbum de Metal Gear Rising: Revengeance está disponível no Spotify, além de ser fácil de achar em outras plataformas internet afora.

Samurai Warriors

Estou ciente que a franquia Dynasty Warriors, também da Koei Tecmo, produtora de Samurai Warriors, é mais famosa no ocidente. Mesmo assim, ambas ainda são produtos de nicho, o que me leva a esta sugestão um tanto inusitada. Ao longo dos anos, as músicas mudaram um pouco, indo de batidas mais tradicionais japonesas a ritmos com uma influência bem clara da música eletrônica. Infelizmente, a OST do jogo só está disponível no YouTube, e de modo não oficial. No Spotify, a página da Koei se limita a compartilhar álbuns antigos dos primeiros Ninja Gaiden. Não há sinal das trilhas sonoras em outras plataformas, mesmo em japonês. 

Street Fighter

Faz bem mesclar algumas músicas desconhecidas com outras já consagradas. É o caso de Street Fighter, cujos temas são emblemáticos para o mundo dos jogos de luta – não só, dada a popularidade quase mística do tema do Guille, que se transformou em meme e é usado em todos os lugares, desde vídeos-paródia até trabalhos de faculdade. Felizmente, além de disponível no YouTube, as trilhas sonoras de vários jogos da franquia estão oficialmente no Spotify – dentre eles, Street Fighter V; Super Street Fighter II Turbo; Street Fighter Alpha 3; e Street Fighter 2. Tem quem goste de usá-las para treinar na academia, e tem quem goste de ouvi-las ao longo do dia para evitar (ou potencializar?) possíveis confrontos com o chefe. Independentemente disso, vale a pena para relembrar.

The Last of Us

Óbvio que a epopeia dramática da Naughty Dog não poderia ficar de fora. Você pode não gostar do segundo jogo por qualquer motivo, mas é inegável que o compositor Gustavo Santaolalla manteve a qualidade magnífica que garantiu a The Last Of Us um espaço nas melhores trilhas sonoras dos games. Impactante, dolorosa, pesada e, por vezes, friamente feliz, a música que permeia TLOU é uma das mais incríveis já feitas, seja pela harmonia perfeita com a história e a ambientação dos jogos, seja pela qualidade de cada trecho individualmente. Todas as honras para Santaolalla, que provou ser um compositor de nível altíssimo. Felizmente as trilhas de ambos os games estão disponíveis de modo oficial tanto no YouTube quanto no Spotify.

Yakuza

A série Yakuza, apesar de não ser tão famosa no ocidente, é bastante prestigiada no Japão. Também conhecida como Ryü ga Gotoku, a franquia é recheada de personagens carismáticos, momentos de tensão, comédia e drama, além de uma das mais divertidas trilhas sonoras dos games. Seja na pele de Kiryu, Majima ou Kasuga, o entretenimento é garantido. A OST fica a cargo do time de áudio da Sega, que gentilmente disponibilizou as músicas no Spotify. Recomendo começar por Yakuza Kiwami, que é o remake de 2016 do primeiro jogo, lançado no longínquo ano de 2005 no oriente e 2006 no ocidente. Além da playlist oficial, há também as músicas que as personagens cantam no karaokê, então é diversão certa, ainda mais para cantar com os amigos.

Estratégia

Às vezes você está tão imerso nos pensamentos estratégicos que mal consegue prestar atenção às trilhas sonoras rodando no fundo, mas isso não significa que elas não existam e, portanto, que não sejam boas também. Inclusive, a depender do estado em que a partida se encontra, as músicas acabam mudando e podem até dar uma impulsionada no pensamento crítico. É difícil ver jogos de estratégia ganhando prêmios nesse quesito, mas mesmo assim ainda há trilhas boas o suficiente para compartilhar.

Civilization VI

Civilization VI ficou famoso por juntar amigos em partidas competitivas muito longas. Mesmo as mais rápidas podem durar de 5 a 6 horas, dependendo da habilidade dos jogadores. O pior de tudo é que o jogo é tão bom que você não presta muita atenção em todo esse tempo escorrendo por entre os dedos – o que é um pouquinho preocupante também, convenhamos. De todo modo, no meio dessa maratona virtual, as trilhas sonoras (aliadas à voz onipresente de Sean Bean) servem de companhia extra. Elas se alinham com a facção jogada, misturando um estilo mais tradicional de música daquele país usado com momentos mais eletrônicos. Além do link acima, o álbum está no Spotify também.

Command and Conquer: Red Alert 

A série C&C sempre foi depósito de ótimas músicas, mas o ápice definitivamente foi na segunda entrada da franquia Red Alert. Pessoalmente, já perdi as contas de quantas vezes ouvi o hino acima para levantar, trabalhar ou simplesmente enfrentar as adversidades do sistema capitalista. Como esquecer também das cutscenes em live-action? Esse jogo é uma obra-prima. De qualquer forma, as trilhas sonoras são instigadoras e acompanham com perfeição o estilo de estratégia em tempo real da franquia. Frank Klepacki foi o responsável por todas elas e, graças aos espíritos da foice e do martelo, disponibilizou as músicas remasterizadas no Spotify. Para quem quiser aproveitar, as versões remasterizadas dos jogos podem ser compradas em qualquer plataforma de jogos, felizmente.

Into the Breach

O jogo Into the Breach é um pouco mais recente e menos conhecido que outros apontados aqui, o que o torna uma dessas joias escondidas. Ele foi dado gratuitamente pela Epic Games Store não tem muito tempo, então, caso o tenha guardado na biblioteca, aproveite a chance para testá-lo. A música fica por conta de Ben Prunty, que também fez a música do primeiro jogo da produtora, Faster than Light (FTL). Tanto num quanto noutro, a qualidade se manteve e adicionou uma camada extra de polimento para a experiência geral. O canal em que está o vídeo acima é do próprio músico, onde ele posta várias peças deste e de outros games – além dele, a trilha pode ser ouvida no Spotify também.

XCOM

Nunca fui muito fã de XCOM, provavelmente devido à veracidade daqueles memes em que um personagem aponta a arma para a cabeça do inimigo à queima-roupa e a probabilidade de acerto é de 70%. Desconsiderando essa infelicidade recorrente, a trilha sonora da franquia é muito boa e representa aquilo que o jogo é: guerra espacial. A trilha sonora acima é proveniente do canal oficial – caso não seja o suficiente, não se preocupe, pois também está disponível no Spotify. A parte curiosa é que o compositor, Tim Wynn, fez parte de outros jogos de estratégia também, como Red Faction e o próprio Command and Conquer.

Interativo

Por jogo interativo, compreenda aquela faixa específica de games mais artísticos, por assim dizer, que buscam contar uma história e a priorizam em cima de uma jogabilidade mais complexa. O nome importante nessa categoria é o de David Cage – sim, estou ciente sobre a opinião de alguns que não consideram jogos aquilo que ele faz, mas não ligo. O que importa é que, além dos títulos produzidos por ele, várias coisas interessantes surgiram no mercado; como veremos a seguir, são games que ostentam trilhas sonoras impecáveis.

Dear Esther

Dear Esther é um jogo em que você só explora uma ilha e lê cartas. Parece entediante e imagino que, para algumas pessoas, seja mesmo. Já para quem gosta de uma história bem feita e conduzida, aberta à interpretação, o título é indispensável – tanto ele quanto sua “sequência”, Everybody’s Gone to the Rapture, da mesma produtora. Ambos dividem não só a produtora, como também a compositora, Jessica Curry, que faz um trabalho fenomenal ao criar uma atmosfera envolvente e misteriosa. A trilha sonora dos dois está disponível no YouTube e no Spotify; são boas pedidas para momentos mais contemplativos e para relaxar um pouco.

Heavy Rain

Um marco na história dos games, Heavy Rain é focado na narrativa de um pai desesperado tentando vencer um assassino em série para resgatar seu filho. Problemas na história à parte, como aquela resolução absurda sobre quem é o serial killer, o jogo de David Cage influenciou vários dessa lista. Acima de qualquer deslize de roteiro, as músicas do título estão dentre as melhores trilhas sonoras dos games. O tom melancólico e desgraçado das faixas é arrebatador, sendo quase impossível se manter feliz ao longo da história – o que, convenhamos, meio que era o propósito de tudo isso. Disponível no SoundCloud e no YouTube, aproveite para escutá-la nos momentos de desgosto com a existência.

Life is Strange

Passei por muitos debates internos sobre onde colocar Life is Strange, ou LiS, para os íntimos. No fim decidi deixar aqui, já que ele se encaixa mais ou menos na demografia de jogos interativos. Tendo uma das melhores trilhas sonoras de música indie, com artistas consagrados, o jogo fez bastante sucesso nos últimos anos e a aventura de Max Caulfield é boa de se acompanhar. Como em outros da lista, as músicas se relacionam aos eventos e personagens do jogo. Se você gosta de indie e possui certa inclinação ao melodramático, recomendo ouvir. A OST está disponível numa playlist do YouTube da própria Square Enix, no Spotify e também no Deezer.

What Remains of Edith Finch

What Remains of Edith Finch é, muito provavelmente, um dos meus jogos favoritos. A riqueza de detalhes, a narrativa envolvente e a trilha sonora perfeita são o ápice das narrativas visuais. Descobrir a história dos antepassados de Edith e da família Finch não seria tão empolgante sem as músicas, cuidadosamente selecionadas de acordo com os momentos e personalidades de cada membro. Jeff Russo é o compositor responsável, e que trabalho sensacional. O misto de emoções, que vão de Molly’s Room até Milton’s Tower, é, no mínimo, avassalador. Ótima trilha de fundo para sentar no quintal, varanda ou afins e apreciar a vista por alguns minutos. Disponível no YouTube e no Spotify, é fácil de encontrar qualquer uma das músicas.

The Vanishing of Ethan Carter

Mais do que uma história fantasiosa escrita por um garotinho, ou então uma narrativa detetivesca, The Vanishing of Ethan Carter é um agradecimento às milhões de crianças que nunca deixaram de escrever quando pequenas e que, também, conservaram esse hábito ao envelhecerem.

Metroidvania

O gênero nasceu dos jogos que criaram seu nome: Metroid e Castlevania. Você pode considerá-lo como uma mistura bastante abrangente de jogos de ação com jogos de plataforma, equipados também com elementos de RPG, geralmente. Outra característica comumente associada a ele, mas não obrigatória, é a presença de um mundo interconectado, no qual o jogador precisa descobrir certos poderes com a progressão da história para acessar algumas partes.

Castlevania

Fazendo jus a pelo menos metade do título do gênero, a franquia Castlevania tem uma das trilhas sonoras dos games mais impressionantes. Os vários jogos, de qualidades maleáveis, acertam todos num ponto: a música. Produzida por um time específico, talvez a mais emblemática seja justamente a do Castlevania: Symphony of the Night, que é um dos melhores games já feitos. Apesar de o último título ter saído em 2010 e não ser tão bom, pelo menos as músicas de todos esses anos de jogos ainda estão presentes. Raridade em se tratando de empresas japonesas, a trilha sonora de quase todos os jogos está disponível no Spotify.

Hollow Knight

No quesito beleza, talvez Hollow Knight só perca para o próximo jogo da lista. Mesmo assim, ele é indiscutivelmente um dos melhores metroidvania feitos na última década, isso considerando todos os quesitos possíveis – a música, então, não preciso nem falar. Tem algo nela que é muito característico do jogo, quase uma sensação peculiar. Christopher Larkin, o responsável por essa obra de arte, disponibiliza o álbum no Spotify, junto às canções das expansões do game. É uma boa pedida para ouvir sentado no sofá vendo a chuva cair lá fora. 

Ori and the Blind Forest

Na época do lançamento, o jogo foi aclamado pela direção artística e a jogabilidade. Alguns anos depois, período também conhecido como o de agora, é fundamental observamos que Ori é um esplendor impactante em todos os sentidos: seja no design, na gameplay, na narrativa ou na trilha sonora. Tudo isso contribuiu para um jogo lindo e, também, melancólico. Aos que já jogaram, é muito bom revisitar as músicas, desde o tema da cena inicial até aquele final tocante. Gareth Coker, compositor dos dois games, disponibilizou o álbum no Spotify, então vá lá dar uma ouvida, seja um veterano da franquia ou alguém que nunca tenha ouvido falar.

RPG

O meu maior problema nessa categoria é selecionar algumas poucas músicas, porque o gênero em si já merece uma matéria inteira só para ele. Considerando o foco narrativo, não é de se admirar que muitas das melhores trilhas sonoras sejam fruto dos jogos de RPG, e também não surpreende que muitos deles sejam apresentados por orquestras ao redor do globo. Enfim, tentei pegar algumas poucas que fossem ótimas. Pode discordar da seleção, mas discorde na sua casa, ou espere que eu faça uma lista específica sobre o gênero.

Chrono Trigger

Quem desse mundo dos games não ouviu falar de Chrono Trigger? O fantástico RPG lançado em 1995 marcou época e influenciou gerações de outros jogos. A única coisa que eu tenho a dizer sobre ele é que, caso não tenha jogado, pare de ler isso imediatamente e vá jogar nesse exato instante. Misturando passado, presente e futuro, a aventura leva o jogador a explorar os limites do próprio tempo, tudo isso junto a uma trilha sonora impactante e inesquecível. Mais uma vez o Spotify nos salvou da pirataria obrigatória, dado que as trilhas sonoras de Yasunori Mitsuda, Nobuo Uematsu e Noriko Matsueda estão disponíveis lá.

Dark Souls

Já faz quase 10 anos que a From Software nos agraciou com essa perfeição em formato de jogo que é Dark Souls, o que significa também que faz quase 10 anos que o compositor da série, Motoi Sakuraba, nos presenteou com trilhas sonoras magnânimas. Hoje o game já está meio batido, mas quem é que, na época, não tremia só se ouvir a música que acompanhava o boss Four Kings? Claro, isso considerando que você não usasse a armadura de Havel. De todo modo, não só a música desse chefe, mas sim as de todos, são emblemáticas de um tempo em que Dark Souls reinava absoluto na lista dos jogos mais difíceis e, também, de quando não existia a comparação já clássica “parece Dark Souls”. Enfim, a trilha sonora da franquia está disponível no Spotify.

Diablo III

Preenchendo a cota obrigatória de RPG’s ocidentais da lista (poderia ser The Witcher 3? Sim, mas esse já está bem batido), está Diablo III. Dependendo do quanto você investiu no jogo, a trilha sonora pode ser um tanto revoltante, ainda mais quando sua personagem morre por besteira e você perde várias coisas. Mas talvez seja justamente por isso que eu tenha colocado ele aqui. Graças às sombrias entidades desse mundo, temos as trilhas sonoras disponibilizadas no Spotify, então fica mais fácil reviver aquele ódio primitivo que só games difíceis conseguem trazer à tona. Mas ei, pelo menos não é Path of Exile. 

Kingdom Hearts

Em 2017, tive a chance de ver a orquestra de Kingdom Hearts tocando aqui em São Paulo. Foram as horas mais emotivas da minha vida – lembro-me de que quando começou a tocar o tema da Xion, praticamente o auditório inteiro começou a chorar, eu incluso. Não sem motivo, dado que, junto do Roxas e do Axel, ela tem uma das histórias mais tristes da franquia. De qualquer forma, Dearly Beloved é um hino reconhecido por qualquer um que tenha se interessado pelo jogo. Não só ela, claro, mas todas as outras músicas, cuja qualidade é impressionante. Por isso, é bem fácil de achá-las internet afora, seja no Spotify, YouTube ou em qualquer plataforma de streaming.  Xion, lembramos de você!

Ni no Kuni

A essa altura já deve ter ficado clara a minha predileção por J-RPG’s (RPG’s japoneses), então eis mais um para a lista. Com direção artística do famoso Estúdio Ghibli – o que, por si só, já confere um nível de qualidade acima do padrão -, Ni no Kuni: Wrath of the White Witch é uma das entradas mais subestimadas do mundo dos games. Ao contrário de outros jogos que usam um sistema semelhante ao de Pokémon, Ni no Kuni consegue ser original e praticamente reinventar a roda.

Terror

Agora sim chegou a melhor parte da lista. Jogos de terror (também chamados de “horror” no estrangeiro, mas não vou entrar no mérito acadêmico da diferenciação dos dois) normalmente possuem trilhas sonoras sombrias que buscam deixar o jogador apreensivo e paranoico, mas isso não é regra. Há composições melancólicas e belíssimas no meio de toda a angústia também, ainda mais se considerarmos o survival horror como subgênero.

Alien: Isolation

Serei bem sincero: essa música, quando joguei Alien: Isolation pela primeira vez, ficou marcada na minha memória. Provavelmente vai ficar assim para sempre, dado que essa parte específica do jogo foi um verdadeiro pesadelo. A tensão de ter que voltar para o gerador enquanto o próprio demônio espacial te caça por aí é inesquecível – e, caramba, por que as partes mais assustadoras de jogos sempre envolvem geradores?

Dead Space

Um dos pontos altos do meu dia era usar essa trilha sonora como despertador para ir até à faculdade. Um pouco radical? Talvez, mas funcionava bem. Dead Space é uma das melhores franquias de games de terror, e a música, aliada aos barulhos macabros dos necromorphs, é um dos pontos de destaque. O jogo pode ter decaído ao longo dos anos, ainda mais sem uma sequência digna, mas esse primeiro título é espetacular em todos os aspectos. Tendo uma das melhores trilhas sonoras dos jogos digitais de todos os tempos, ele é uma pedra rara para amantes do gênero. Com uma seita de pessoas loucas tal qual a cientologia hoje, e temas dignos para essa loucura entre fanáticos religiosos e criaturas desmembradas, Dead Space merece um espaço no coração de todo gamer. Ah, a OST está no Spotify também.

Outlast

Tanto o primeiro jogo quanto o segundo são dotados de trilhas sonoras polidas e que adicionam MUITA tensão aos eventos dos jogos. Enquanto no primeiro as músicas passam uma sensação de paranoia, no segundo você é bombardeado com acordes similares aos tocados em igrejas, muito por conta da temática desenvolvida ali. Outlast, junto a Alien: Isolation, é um ótimo exemplo recente de como jogos de terror podem ser bem feitos se receberem a devida atenção por parte das produtoras. Não só como a trilha sonora deles também é reaproveitável para outros momentos além do jogo. Tente correr no parque de noite ouvindo isso, garanto que vai melhorar seu ritmo cardíaco. Não deixe de checar no Spotify também.

Resident Evil

Não é de agora que Resident Evil é famoso, independente dos motivos que o levaram a essa fama. A música nos remakes e remasterizações deu uma melhorada na já boa atmosfera, como essa do HUNK. Seja na franquia principal ou em algum jogo spin-off, as trilhas sonoras são intensas e fortes (mesmo a dos filmes, ainda que esse lembrete possa me causar problemas com os fãs mais tradicionalistas). A Capcom disponibilizou todos os álbuns com as trilhas sonoras oficiais no Spotify. Talvez esteja faltando algum jogo mais obscuro, mas ei, não sou especialista para contar todos os 50 títulos lançados. De todo modo, os mais famosos estão lá, como a nova versão do RE2, RE4, o RE3 original e tantos outros.

Silent Hill

A franquia Silent Hill guarda um espaço bem amplo no meu coração. Apesar dela ter ido ladeira abaixo ao longo dos anos e ter sido abandonada pela Konami, ainda representa meus jogos favoritos. Felizmente, uma das coisas que manteve a qualidade foi a música. Seja do 1, 2, 3, 4, Origins ou Downpour, as trilhas são inacreditáveis de tão boas – muito em parte devido ao compositor, Akira Yamaoka. A maioria delas também está no Spotify! Aproveito o gancho para indicar os outros trabalhos do Akira Yamaoka, que é um músico espetacular. E fico na torcida para que a franquia seja reestabelecida um dia.

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